sexta-feira, 23 de novembro de 2018


Antonio Negri
Michael Hardt
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Poder constituinte originário
O soberano é o povo, a fonte derradeira da legitimidade

Condorcet, poder revisor, reconvocação periódica do poder constituinte originário
Povo, Negri e a  multidão planetária
Multidão, soberano derradeiro, fonte dos princípios e valores


Categorias de Antonio Negri e Michael Hardt
República do Comum
Interesse comum interface público e privado
Império acima dos estados, das empresas e colonizando as agências e organismos multilaterais
Dialética e a relação direta, sem mediação povo e império
O trabalho simbolico e os limites do MDP


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Antonio Negri
Michael Hardt

Crítica de Negri e Hardt

) Ainda que a marcha da história aponte para esse mundo descrito por Negri, é precipitado dizer que o setor produtivo material da economia já se tornou tão menos importante em comparação com o trabalho intelectual, tanto nas economias de capitalismo avançado como nas economias periféricas.

) Se a história não tem uma teleologia, nem uma
síntese suprema, qualquer proposta majoritária de organização social e política será sempre baseada em um consenso e não em uma realidade objetiva sobre o movimento das sociedades e o processo histórico, o que implica em incerteza, idas e vindas, experiência e erro, possibilidade de retorno a uma ordem anterior

O que gera dúvidas nas agendas e nos cenários políticos, implicando em efeitos desfavoráveis no plano economico e social

) Rigorosamente falando não seria possível uma dissociação entre relações materiais de produção e o fenômeno da apropriação do trabalho e alienação no plano ideológico, trata-se de um acréscimo conceitual não autorizado pelo marxismo original

) Se tudo são relações de força, uma sociedade socialista também estará sujeita a um conjunto de forças que poderá gerar alienação e que não necessariamente será superior ao que se vivia na lógica do mercado

Tal visão apontaria para algo anterior ao marxismo, o socialismo construído a partir da simples mobilização das vontades humanas.

Incluindo o racionalismo burguês, conservador; a famosa engenharia social de Comte e Saint Simon

) A economia planificada da URSS não gerou abundância, prosperidade, participação política e o fim da alienação, os assuntos do estado passaram a ser assuntos da burocracia do partido e nada mais, fora dessa estrutura a sociedade era anêmica politicamente

) Os Estados nacionais não se tornaram totalmente sujeitos a uma lógica econômica e finaceira internacional e não sabemos se efetivamente serão um dia

O conceito de multidão é inviável como sujeito para a analise muito complexo

Como a multidão pode possuir divergencia no seu interior que buscam uma maxima expressão e agir de forma unitária

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Negri, Heidegger, Hegel, Marx, Deleuze e Vattimo

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Heidegger afirmou que o ser não pode ser tratado ou definido, nos mesmos termos usados para a conceituação do Dasein, o existente, o ente humano, ou do conjunto de entes do mundo.

O ser transcende a lógica do ente. Não se pode entificar o ser, instrumentalizá-lo, tratar o ser como a metafísica tem feito, pois ele sempre escapa ao entendimento do homem, que é o 'ser no mundo', ser lançado, ser jogado, ser ferido de desrelicção, desenraizamento da terra, e em projeto

É preciso redimensionar a técnica e rejeitar o discurso metafísico, pois esses mantém o Dasein na errância, no âmbito do ocultamento do ser. O ser/ mundo revela novas realidades ao homem, e oculta-se como oculta o ato de ocultar.

O sujeito na busca de conhecer o sentido do ser, utiliza categorias própria do mundo, do intra-mundo, não aptas a lidar com o caráter transcendente do ser, transcendência absoluta.

O ser ama ocultar-se e deixa o Dasein/ homem/ ser do homem no seu curso de esquecimento

O ser não tem história, apenas o ser do homem realiza seu ser no tempo, realiza-se existindo, primeiro existe depois pensa sobre a origem, afirma Heidegger

A partir de suas reflexões sobre o sentido do ser que questiona o dasein constrói seu mundo, Deleuze propõe uma alternativa para a história do homem /multiplicidades e singularidades/ e Baruch Spinoza, uma outra linha, que radica no conceito de multidão, categoria de múltiplas possibilidades que não encontra uma satisfação, um termo, um fim supremo como desejava Hegel, mas que sempre gera novas possibilidades, transcende a si, sem fim, uma transcendência intramundana. Imanência divina, antiga categoria teológica usada por Spinoza.

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Deleuze propõe infinitas possibilidades para a constituição dos sujeitos e seu relacionamento histórico

Múltiplas possibilidades de configuração social e política, sem os problemas criados pela definição essencial de individuo ou pessoa que caraterizou o pensamento político e filosófico ocidental, cristão platônico, múltiplas visões em confronto, na busca de acordo provisórios, consensos, equilibrios provisórios, mas sempre aberta à critica e à contestação, sem teleologia mas com a idéia de que poder e saber estão sempre relacionados e podem gerar múltiplas possibilidades de fundação de novas visões do mundo e do homem a serem erguidas em termos de ordenamento jurídico, como fundamentos constitucionais das institucições sociais e políticas através das quais os homens irão orientar sua ação, para a criação de novas mudanças políticas num futuro mais ou menos remoto. Incluindo um recuo em relação a um pacto igualitário, comunitário, em favor de uma visão liberal, como pensa Habermas.

Heidegger considera o marxismo ainda preso ao modo metafisco de leitura do mundo e do homem.

A questão fundamental para ele, não tem relação com as forças produtivas e as relações materiais de produção, mas com o modo de ser autêntico que é o não soterrar ou o não esquecimento do questionamento da existência e do sentido da mesma, redimensionando o dominio da técnica e evitnado o modo metafísico de pensar o mundo e o homem.

A perspectiva de Deleuze e de outros filósofos franceses significa uma nova ontologia conciliada com a história, ontologia que entra em choque com a idéia de pensamento débil de Vattimo, declara Negri, ou seja, a idéia de fim das grandes concepções do pensamento, do homem, da sociedade e da história, após a crítica de Heidegger à metafísica, bem como após a crítica de Wittgesntein e dos demais lógicos de Viena como Karl Popper.

Segundo Negri, com Deleuze e Spinoza, podemos construir uma nova Fenomenologia do Espirito, texto que serviu de base para a esquerda hegeliana da qual Marx partiu para construir sua teoria da história

Negri e Hardt propõem que as relações materiais de produção no capitalismo libertam o poder criativo do trabalho intelectual que passou a ser o determinante da lógica da produção e do valor, e não o contrário como afirmava Marx

Segundo Marx, o real é a 'matéria',
entendida como as relações materiais de produção, o trabalho material, sendo as idéias derivadas e limitadas em seu poder de afetar a ação transformadora dos homens na história.

Hegel, na Fenomenologia do Espírito, fala do trabalho do Espírito que constrói a objetividade do saber humano e a ampliação da sua consciência

A história humana como ampliação do conhecimento, da razão e da liberdade, na plena encarnação da idéia moral no Estado liberal moderno

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Negri elabora uma nova ontologia do mundo das idéias em relação às possibilidades oferecidas pelas relações capitalistas de produção ensejada pela própria lógica mundial dos mercados integrados e da informatização da economia e da sociedade.

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Algumas características do 'Comum', ou base comum para a formação de identidades e diferenças, podem ser exploradas.

Não há multidão sem comum nem comum que não seja enriquecido pela práxis.

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Comunitarismo

Valores locais, regionais, redes de solidariedade, obras de caridade, vida comunitária religiosa, acima do individualismo liberal.

Contextualizar os principios liberais democraticos, estabelecer uma hieraquia própria.

Comunitarismo

Princípios que não podem ser submetidos ao cálculo utilitário da Teoria da Escolha Racional

John Stuart Mill já havia apontado para esse tipo de questão na orientação da conduta dos agentes, conceitos como patriotismo, amor à familia, segurança nacional, valor da vida que definem diversas decisões de política pública como cobertura universal de saúde, educação pública, previdência, guerras de defesa e etc. Os individuos assumem o custo, aceitam pagar por tais funções, serviços ou ações, ao contrário do que afirmam liberais como Hayek, Friedman e etc.

Everton Jobim


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 Tese de Everton Jobim citada na edição da obra


José Guilherme Merquior - 2016 - ‎Literary Criticism
[157] Sobre o liberalismo de Merquior, consultar a pesquisa de mestrado: Everton Jobim, Neoliberalismo e Social-Liberalismo: O Debate sobre os ...





Everton Jobim