Negri e Hardt
Temas
Comum, Multidão, Império
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Totalidade
Império e multidão sem mediação dialetica
Antonio Negri
Filósofo marxista italiano.
Críticas do conceito de trabalho, advento do trabalho simbólico, ausencia da dialética
e a lógica do império.
A história do filósofo político marxista e militante radical cuja obra dialoga com Foucault, Deleuze e Espinosa, Gramsci, Vattimo, Aganbem , Habermas, Wallerstein
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Negri decreta o fim da dialetica
Temas
Comum, Multidão, Império
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Totalidade
Império e multidão sem mediação dialetica
Antonio Negri
Filósofo marxista italiano.
Críticas do conceito de trabalho, advento do trabalho simbólico, ausencia da dialética
e a lógica do império.
A história do filósofo político marxista e militante radical cuja obra dialoga com Foucault, Deleuze e Espinosa, Gramsci, Vattimo, Aganbem , Habermas, Wallerstein
opção radical pela
democracia.
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Negri decreta o fim da dialetica
por Rubén Dri
"Ao alcançar o nível global, o desenvolvimento capitalista
encontrou-se directamente confrontado com a multidão, sem qualquer mediação.
Daí que se evaporasse a dialéctica, a ciência do limite e a sua
organização". (Antonio Negri, Imp p. 222).
Um dos eixos do pensamento de Negri é a sua negação da
dialéctica, apesar de se considerar marxista e de tomar partido por Marx, pois
afirma pensar “com Marx e para lá de Marx” (Kam p. 11). Consegue, assim, aquilo
em que fracassaram já outros dignos precursores como Althusser, Della Volpe e
Colletti. Negri combina negações cortantes da dialéctica com outras, em que lhe
concede algum alcance que definitivamente terminou com o advento do império.
Este é um tema central, a raíz dos desvarios da concepção de
Negri, no qual me deterei um pouco, passando primeiro revista aos antecedentes
citados. A discussão sobre o tema da dialéctica no pensamento de Marx gira em
torno dos conceitos de ciência e de materialismo.
Efectivamente, se o “científico” é o que corresponde ao
conceito de ciência natural, é lógico que não pode haver uma “dialéctica
científica”. E não pode porque a dialéctica não pertence aos objectos ou coisas
como entes separados da sua relação intrínseca com os seres humanos. Uma pedra
ou uma mesa, se as considero em si mesmas, fazendo abstracção da sua inserção
nas relações sociais, não podem ser dialécticas.
Simplesmente “são”. Isto leva-nos, por sua vez, ao
materialismo. Se o que se entende por tal é a matéria em si, é a pedra, a mesa,
os átomos, aqui não pode haver dialéctica. Simplesmente são. Um físico que
estuda a composição da água, descobre leis, composição e decomposição de elementos,
nada más. Aí não intervém a dialéctica.
Intelectuais marxistas como Althusser e Poulantzas, em
França e Della Volpe, Colletti e Cerroni, em Itália, reflectiram, debateram e
discutiram longamente sobre o estatuto “científico” do marxismo, entendido este
como pensamento de Marx [1] , e esbarraram na dialéctica e na relação de Marx
com Hegel. Mas, para todos eles, a ciência era a ciência natural, a que surgiu
nos alvores da modernidade, com fundamento matemático, e que tantos êxitos
havia logrado.
Para Althusser o marxismo é a ciência da história que rompeu
com toda a ideologia. Como ciência da história, denomina-se “materialismo
histórico”. Distingue-se do marxismo como filosofia, reduzida esta a uma
epistemologia que traça o limite entre a ciência e a ideologia, e recebe o nome
de “materialismo dialéctico”.
Como o conceito de ciência de Althusser é o que foi
elaborado na base da epistemológica matemática, o mesmo que aceitava plenamente
Kant e do qual partia para examinar as bases de todo o conhecimento verdadeiro,
tropeça no problema da dialéctica que, de nenhum modo admitem, quer as
matemáticas, quer a física, as duas ciências que Kant apontava como
conhecimentos fundamentais.